Um incendiário chamado Netanyahu

(Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 15/12/2023)

Não se pode, por enquanto, descartar a possibilidade da brutalidade da ação militar israelita, que tanto dano tem causado na população civil palestiniana, vir ironicamente a criar condições para se discutir uma solução política para o conflito.


Não se pode, por enquanto, descartar a possibilidade da brutalidade da ação militar israelita, que tanto dano tem causado na população civil palestiniana, vir ironicamente a criar condições para se discutir uma solução política para o conflito.

O conflito israelo-palestiniano que se arrasta há cerca de sete décadas e meia sem resolução é mais um dos legados históricos deixados pelos ingleses para outros resolverem.

Os horríveis e inaceitáveis acontecimentos na Palestina protagonizados pelo Hamas no fatídico dia 7 de outubro de 2023 foram, ironicamente, mais um capítulo da luta dos palestinianos para verem os seus direitos reconhecidos. Depois de duas intifadas e tantos desencontros ao longo de décadas, resta saber o que mais terá de acontecer para se avançar com a solução dos dois Estados prevista em várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que nem Israel nem o Hamas respeitam.

Durante estas décadas, a comunidade internacional varreu sistematicamente o problema palestiniano para debaixo do tapete, limitando-se a fornecer ajuda humanitária e a garantir que os espoliados da Nakba (1948) não morressem famintos, sem resolver o problema político que lhe estava subjacente, talvez esperando que os palestinianos se evaporassem ou desaparecessem.

Tem sido um período de humilhações diárias, de construção de muros e de ocupação ilegal de terras palestinianas por colonos patrocinadas pelo Estado israelita. Essa indefinição prolongada, e a incapacidade de cumprir o estipulado pelo Conselho de Segurança da ONU, explica parcialmente o momento em que nos encontramos, assim como o surgimento de fações radicais entre os palestinianos, como o Hamas.

Os israelitas também não foram afortunados. Gorada a possibilidade de levar por diante os Acordos de Oslo – em que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) reconhecia o Estado de Israel – materializada pelo assassínio do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, em novembro de 1995, os radicais liderados por Netanyahu passaram a dominar o espectro político em Israel.

Ainda durante a Administração Rabin, Netanyahu mobilizou os setores mais radicais da sociedade israelita contra a implementação dos Acordos de Oslo. Em março de 1994, Netanyahu liderou uma manifestação onde era transportado um caixão com os seguintes dizeres: “Rabin está a causar a morte do sionismo”. Mas a sua ação foi para lá da retórica, tendo transformado a contestação em violência política.

No dia 5 de outubro de 1995, exatamente um mês antes do assassínio de Rabin por um judeu radical, enquanto o Knesset aprovava a adoção dos Acordos de Oslo, Netanyahu organizava uma manifestação de 100.000 pessoas, onde se gritava “Morte a Rabin”. O chefe do Partido Trabalhista, Merav Michaeli chegou mesmo a acusar Netanyahu de ser cúmplice do assassinato de Yitzhak Rabin.

Na contestação aos Acordos de Oslo, Netanyahu encontrou no Hamas um aliado. Na véspera da reunião entre os negociadores palestinianos e israelitas sobre o reconhecimento formal de Israel pelo Conselho Nacional Palestiniano, o Hamas lançou uma campanha de ataques contra civis israelitas, que foi determinante na moldagem da opinião pública israelita para apoiar, no futuro, a formação de um governo de direita e a ascensão de Netanyahu ao poder.

A liderança de Netanyahu na contestação à paz entre judeus e israelitas foi compensada ao vencer as eleições gerais de 29 de maio de 1996, sucedendo a Rabin como primeiro-ministro. Afinal, a esquerda não era capaz de garantir a segurança do país, argumento que continua a prevalecer ainda hoje, pelo menos até ao dia 7 de outubro.

Netanyahu e o imperativo divino

O objetivo estratégico de Netanyahu, e dos grupos que o rodeiam, evoluiu recentemente para um novo patamar. Já não se trata de implementar uma política de separação e de apartheid, mas sim da expulsão dos palestinianos de Israel.

Isso ficou claro em vários momentos. Por exemplo, em janeiro de 2023, Netanyahu afirmou que “o povo judeu tem um direito exclusivo e inquestionável a todas as áreas da Terra de Israel”, sendo a concretização desse direito o objetivo principal do novo governo, que “promoverá e desenvolverá a colonização em todas as partes da Terra de Israel – na Galileia, no Negueve, nos Golã, na Judeia e na Samaria. A supremacia judaica é a política do Estado”.

Há nestas palavras uma visão bíblica e messiânica. A missão de Netanyahu na terra é fazer cumprir essa profecia. Isto é, criar a “Terra de Israel” expurgada de palestinianos e integrando Gaza e a Cisjordânia nas suas fronteiras. Na reunião anual da Assembleia-Geral da ONU, em setembro de 2023, Netanyahu deu nota dessa intenção ao mostrar um mapa do Médio Oriente em que a Cisjordânia e Gaza faziam parte integrante de Israel.

A visão supremacista da história abraçada por Netanyahu está ligada a um destino bíblico. Para concretizar o sonho de um “Grande Israel” que espelhe os tempos bíblicos é preciso, acima de tudo, impedir a existência de um Estado palestiniano independente. O reconhecimento internacional da Autoridade Palestiniana (AP), a 2 de junho de 2023 (139 dos 193 Estados membros da ONU reconheceram o Estado da Palestina), veio agitar as águas em Telavive e aumentar a sensação de perigo em redor da concretização do projeto sionista.

Para atingir esse objetivo, havia que enfraquecer os palestinianos e torná-los irrelevantes. Durante a administração Netanyahu, Israel promoveu a expansão dos colonatos israelitas na Cisjordânia, recorrendo à deslocação forçada dos palestinianos das suas casas e aldeias, frustrando as expetativas de milhões de palestinianos apoiantes de Oslo que, apesar de ser um processo inacabado, abria as portas à viabilização de um Estado palestiniano.

O projeto de liquidação da construção do Estado palestiniano passava também pela normalização das relações com os países árabes vizinhos, conforme previsto nos Acordos de Abraão. A sua concretização, à beira de se realizar aquando do ataque do Hamas, em 7 de outubro, não só comprometeria a viabilidade de um Estado palestiniano como a goraria irreversivelmente.

São muitas as declarações de dirigentes israelitas incitando à destruição de Gaza e à expulsão dos seus habitantes. Por outras palavras, apelando à limpeza étnica dos territórios palestinianos, de modo a permitir a construção da “Terra de Israel” sem árabes. Só assim se compreendem as reiteradas insistências de Netanyahu junto dos Presidentes egípcios Hosni Mubarak, Mohamed Morsi e Abdul Al-Sisi para receberem no Egito os palestinianos de Gaza, aliciando-os com promessas avultadas de dinheiro.

Numa entrevista, o conselheiro de Netanyahu, Danny Ayalon, admitiu que o plano de Israel é “abrir um corredor humanitário para que eles [os palestinianos de Gaza] possam sair…”. O objetivo é invadir o norte de Gaza e forçar toda a gente a ir para sul. Quando isso for conseguido, será anunciado um novo sector a limpar e continuará o avanço para sul até que todos os palestinianos sejam empurrados para o Sinai egípcio, através de Rafah.

Apesar das declarações de responsáveis israelitas nesse sentido, esse objetivo não foi ainda oficialmente assumido. Talvez por isso, o governo de Netanyahu não consegue (ou não quer) dizer, por enquanto, qual será o futuro de Gaza quando as operações militares terminarem.

Netanyahu e o Hamas

Uma das formas de Telavive comprometer a existência de um Estado palestiniano passava pelo reforço do Hamas utilizando-o como arma de arremesso contra a OLP. Na verdade, o apoio de Israel ao Hamas ter-se-á iniciado ainda nos tempos da primeira-ministra Golda Meir que, como os seus sucessores, viu nisso uma oportunidade para contrabalançar a ascensão da Fatah.

Segundo o semanário israelita Koteret Rashit (outubro de 1987), “as associações islâmicas, bem como a universidade [Islâmica de Gaza], tinham sido apoiadas e encorajadas pela autoridade militar israelita”, responsável pela administração (civil) da Cisjordânia e de Gaza. “Elas [as associações islâmicas e a universidade] foram autorizadas a receber pagamentos em dinheiro do estrangeiro.”

O Brigadeiro-General Yitzhak Segev, governador militar israelita de Gaza no início da década de 1980, confirmou aquelas relações de “proximidade” quando, numa entrevista ao “New York Times”, disse que tinha ajudado a financiar o movimento islamista palestiniano como “contrapeso” aos esquerdistas seculares da OLP e da Fatah.

Sem surpresa, em 1997, o primeiro-ministro Netanyahu mandou libertar da prisão o xeque Ahmed Yassin, líder histórico do Hamas, onde cumpria uma pena de prisão perpétua, permitindo o seu posterior regresso a Gaza. Simultaneamente, exigia cinicamente a Arafat que mantivesse o Hamas sob controlo.

Se dúvidas pudessem subsistir sobre a relação promíscua de Telavive com o Hamas, elas desvaneceram-se em 2006, quando Israel ajudou a criar condições para que o Hamas vencesse as eleições legislativas (Hamas 44,45%, Fatah 41,43%), o que estaria na origem, um ano mais tarde, do corte de relações entre o Hamas e a Fatah e da subsequente guerra fratricida, dividindo a AP em duas partes, uma liderada pela OLP, sediada na Cisjordânia, e outra pelo Hamas, em Gaza.

Em 2009, numa reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador republicano do Texas Ron Paul explicava a hipocrisia dos EUA e de Israel ao encorajar a criação do Hamas, como tinha sido feito com a Al-Qaeda.

Sobre a utilidade do Hamas para Israel, Netanyahu foi muito explícito. Numa reunião privada do Likud, em 11 março de 2019, afirmou que “qualquer pessoa que queira impedir o estabelecimento de um Estado palestiniano tem de apoiar o reforço e a transferência de dinheiro para o Hamas”. “Isto faz parte da nossa estratégia – isolar os palestinianos em Gaza dos palestinianos na Cisjordânia.”

Numa entrevista ao site de notícias Ynet, em 5 de maio de 2019, Gershon Hacohen, um associado de Netanyahu e major-general na reserva, afirmou que “Temos de dizer a verdade. A estratégia de Netanyahu é impedir a opção de dois Estados, por isso está a transformar o Hamas no seu parceiro mais próximo. Abertamente, o Hamas é um inimigo. Secretamente, é um aliado”.

Shlomo Brom, um general reformado e antigo adjunto do conselheiro de segurança nacional de Israel, disse que um Hamas com poder ajudava Netanyahu a evitar negociar um Estado palestiniano. “A divisão dá a Netanyahu uma desculpa para se desligar das negociações de paz, dando-lhe a possibilidade de dizer que não tem parceiro [para negociar]”.

A “transferência de dinheiro para o Hamas” foi confirmada por várias fontes como, por exemplo, por um relatório publicado pelo “The Times of Israel”, de 8 de outubro de 2023: “O Hamas foi tratado como um parceiro em detrimento da AP, para impedir Abbas de avançar com a criação de um Estado palestiniano. O Hamas foi promovido de grupo terrorista a organização com a qual Israel conduziu negociações através do Egito e que foi autorizada a receber malas com milhões de dólares do Qatar através dos postos fronteiriços de Gaza.”

Entre 2012 e 2018, Netanyahu autorizou o Qatar a transferir para Gaza um montante acumulado que se estima rondar os mil milhões de dólares, dos quais pelo menos metade chegou ao Hamas, incluindo a sua ala militar. As transferências fluíram em permanência, mesmo quando as forças armadas israelitas já tinham nas suas mãos os planos de batalha da ação militar do Hamas e os treinos e exercícios preparatórios da ação eram visíveis.

Erro ou provocação?

Os acontecimentos de 7 de outubro têm sido apresentados como um falhanço catastrófico dos serviços de informações israelitas. Os analistas interrogam-se como é que o governo de Netanyahu não se apercebeu de que o Hamas estava a preparar um ataque desta dimensão, que requer longos meses de preparação. Como foi possível tal passar despercebido?!

Passados mais de dois meses sobre os dramáticos acontecimentos de outubro, surgem evidências de que o ataque do Hamas seria do conhecimento de Telavive, tornando insustentável a tese da surpresa e permitindo suspeitar do alegado lapso de distração ou, se quisermos, de incompetência.

Será difícil a Telavive explicar porque é que negligenciou os avisos dos serviços de informações egípcios de que “algo invulgar, uma operação terrível” estaria prestes a acontecer (três dias antes do ataque), quando as preocupações securitárias se encontram no topo da agenda de qualquer governo israelita. Ou o facto de ter sido avisada, dias antes dos ataques do Hamas, como confirmou Michael McCaul, presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes dos EUA.

Cabe ainda questionar porque foram desarmados os comités de proteção dos kibutzes algum tempo antes do ataque do Hamas? E porque é que as Forças de Defesa de Israel (IDF) demoraram mais de sete horas a reagir? Como dizia uma ex-militar israelita que serviu nas IDF durante 25 anos: “É impossível que Israel não soubesse o que estava a acontecer. A passagem de um gato ao lado da vedação é suficiente para acionar todas as forças.” Esta sequência de acontecimentos desafia toda a lógica, sabendo como funciona o sistema de defesa israelita e as preocupações com a segurança.

Cabe naturalmente perguntar, como em qualquer conflito, cui bono? Quem beneficia? Será que os acontecimentos de 7 de outubro criaram um pretexto para Netanyahu concretizar o seu objetivo estratégico maximalista e expulsar os palestinianos da Faixa de Gaza, algo em que é acompanhado por largos setores da elite israelita, tanto de esquerda como de direita? Será que estaremos a assistir “ao confronto final entre Israel e o Hamas”, como sugeriu Avigdor Lieberman num memorando datado de 21 de dezembro de 2016?

Não podemos esquecer as palavras do ministro da Defesa Yoav Gallant, em 9 de outubro, quando afirmou que “vamos mudar a realidade no terreno em Gaza… o que existia antes deixará de existir… não haverá eletricidade, alimentos, abastecimento de combustível, estará tudo fechado.” Acrescentando que “estamos [Israel] a combater animais humanos e como tal agiremos em conformidade”, lembrando-nos os argumentos utilizados pelos nazis para exterminarem os judeus.

Ou o recurso de Netanyahu ao Antigo Testamento para justificar uma resposta demolidora ao ataque do Hamas, quando comparou os palestinianos com os Amaleques, e assim justificar o assassínio total e sem restrições de todos os palestinianos, sem exceção, recorrendo à doutrina Dahya, a versão israelita do “choque e pavor” que, num conflito assimétrico, prevê que se exerça pressão sobre o oponente através da total destruição das suas infraestruturas civis, recorrendo ao uso desproporcional da força (comparando com a “quantidade de força” usada pelo inimigo) para atingir esse fim.

Não sabemos, nesta altura, se Israel conseguirá atingir os objetivos políticos e militares explícitos e implícitos da sua campanha. Contudo, não se pode excluir a possibilidade desta situação vir a transformar-se numa oportunidade, tal como aconteceu na guerra do Yom Kippur, em que a derrota militar egípcia veio uns anos mais tarde a saldar-se numa vitória política, ao recuperar em Camp David a soberania sobre a península do Sinai, levando Israel a desmantelar os colonatos na região.

Não se pode, por enquanto, descartar a possibilidade da brutalidade da ação militar israelita, que tanto dano tem causado na população civil palestiniana, vir ironicamente a criar condições para se discutir uma solução política para o conflito. Não será por acaso que os EUA e a AP se encontrarão a discutir o dia seguinte, conforme noticiado pela Bloomberg, onde se espera vir a ter a cooperação do Hamas: “Se o Hamas estiver disposto a assinar um acordo e aceitar a plataforma política da OLP, então haverá espaço para conversações.”

Independentemente do curso que o conflito israelo-palestiniano vier a seguir, será difícil escamotear a responsabilidade de Netanyahu no processo que conduziu ao 7 de outubro. Poderá com o seu comportamento ter comprometido definitivamente a criação da “Terra de Israel.” Os erros das suas opções estratégicas – negar um Estado palestiniano à custa do enfraquecimento da AP e promoção do Hamas – causaram danos terríveis no relacionamento entre judeus e palestinianos. As suas decisões alargaram feridas difíceis de sarar, impossibilitaram a transformação do conflito e a reconciliação entre a duas comunidades. O seu legado ficará para sempre ligado ao lado negro da história de Israel.


9 pensamentos sobre “Um incendiário chamado Netanyahu

  1. Vamos a uma simples conta de somar:

    O conteúdo e as evidências referidas no artigo do Major-general Carlos Branco.

    +

    https://t.me/theorientalview/3744
    “The Geneva-based Euro-Med Human Rights Monitor estimates the real number of Palestinians killed since the beginning of the Israeli genocide campaign in Gaza at 25,000, including 10,000 children, given the fact that AT LEAST 8,000 people have been trapped beneath the rubble of devastated buildings, and are most likely thought dead.”

    +
    https://t.me/theorientalview/3745
    “🇮🇱 New investigation by Israeli channel 12 featuring accounts from settlers, affirms that Israeli tanks were situated inside the Be’ri settlement on October 7.
    The investigation reveals that they targeted houses, even when dozens of them were inside. – Quds News
    #Israel #Gaza #conflict”

    =

    Sim, está a decorrer um genocídio, sim os naZionistas são os agressores, e sim tudo isto fei planeado.

    Falta agora saber quem passou a perna a quem: foi o Hamas que traíu a Palestina, ou os naZionistas que traíram Israel?
    A resposta a isto será dada pelo resultado final: a destruição total da Palestina às mãos dos naZionistas, ou a criação de condições na comunidade internacional para finalmente reconhecer o estado da Palestina.

  2. Claro que vai haver uma solução política que impeça o massacre total da população palestiniana por bandos de fanáticos que vivem há quatro mil anos. E o Pai Natal vai descer pela chaminé.
    A tal comunidade internacional, que apoia nazis na Ucrânia desse pelo menos 2014 está se nas tintas para as vidas palestinianas desde pelo menos 1947.
    Por isso nunca irá pressionar aquele bando de assassinos fanáticos a fazer alguma coisa de bom.
    E talvez na realidade tal não seja possível. Como fazer comportar se decentemente uma nação de fanáticos homicidas montada em cima de 200 bombas nucleares, contas por baixo?
    É que o pesadelo contado em filmes e real há anos. Terroristas fanáticos armados com armas nucleares. É isso que Israel é. O finado Ariel Sharon disse Com as letras todas que se Israel sucumbisse destruiria o mundo. Já alguém pensou no estrago que a detonação de 200 bombas nucleares faria em todo o hemisfério Norte?
    Por isso mesmo que, estes trastes para quem os palestinianos não deveriam ter nascido quisessem fazer alguma coisa, tal não seria possível a menos que quiséssemos combater o aquecimento global com um Inverno nuclear. É que nem sabemos a real potência deste arsenal nuclear clandestino nas maos de fanáticos terroristas.
    E os israelitas são um bando de terroristas fanáticos desde 1947 e os ingleses sabem bem disso.
    E claro que trataram de apoiar entre o desesperado povo palestiniano fanáticos do mesmo calibre.
    Se vivemos ocupados por um bando de facínoras para quem a nossa vida vale menos que nada, se podemos ser mortos por um soldado mal disposto porque sim, se a nossa casa e a nossa terra pode ser tomada por colonos, se a nossa vida é um inferno de controles militares, se as crianças podem ser mortas a tiro a caminho da escola, se as cisternas de água podem ser destruídas, se a nossa vida é um inferno de terrorismo a ideia de nos jogarmos com uma bomba em cima deles pode ser bem vinda.
    E que melhor maneira de desumanizar todo um povo perante uma gente que não faz a menor ideia do que é viver uma vida inteira sob a pata de terroristas e sem saber se vai sobreviver ao dia seguinte do que haver entre eles gente tão fanática que até faz ataques suicidas?
    Contra uns tais civis inocentes que muitas vezes até lhes roubaram terras e casas?
    Por isso claro que Israel tratou de armar essa gente e claro que deixou acontecer “os horrendos acontecimentos de 7 de Outubro”. Que ninguém pode criticar Israel sem falar nos “horrendos acontecimentos de 7 de Outubro” esquecendo todos os horrendos acontecimentos que os desgraçados palestinianos enfrentam desde que decidimos que seriam eles a pagar a conta de Hitler. E esquecendo que a intervenção Israelita contribuiu em muito para tornar a coisa mais sangrenta ainda porque lhe interessava para por os basbaques a dizer atrocidades como a de que somos todos israelitas.
    E a prova que a tal da comunidade internacional se está nas tintas para os palestinianos foi que as romarias a Israel começaram depois do Ministro da Defesa de Israel ter dito aquelas barbaridades todas e de já terem sido mortas mais de duas mil pessoas em Gaza.
    Tivemos um estandarte medonho no Castelo de São Jorge e a Assembleia da República iluminada com as cores da bandeira de fanáticos, nazis e assassinos quando edifícios como casas de habitação, escolas e hospitais tombavam em Gaza e gente era morta as muitas centenas por dia.
    Por tudo isto podem os poucos bem intencionados do lado de cá esperar sentados por uma solução política para a tragédia palestiniana. Porque de pé apanham uma grande canseira nas pernas.
    E claro que nem o traste do Rabin quis fazer nada de bom. Isso vou se na postura do traste que para alertar a mão pelo menos uma vez, ao sub humano Arafat foi aquilo que se viu.
    Um político veterano como ele sabia bem que o bando de fanáticos que liderava nunca iria sequer permitir tal coisa. Quis apenas ganhar tempo, calar as críticas a Israel e esperar que os fanáticos por eles armados na Palestina fizessem algum trabalho que pudesse os basbaques cheios de peninha de Israel. O que certamente não pensou foi que o fanatismo fosse tanto e alguém estivesse interessado em “fazer os seus cabelos grisalhos descer com sangue a sepultura”.
    Não contou certamente que o fanatismo assassino do rival, a pregar o massacre não só dos palestinianos mas de todos os países que os apoiasem desde pelo menos os anos 80, estendesse a sua mão contra um representante do povo eleito.
    Cagou lhe o cao no caminho. Que no caminho dos palestinianos estamo nos todos nas tintas desde 1947.
    E se nos estivéssemos só nas tintas ainda, era como o outro. Quem forneceu a Israel o urânio e outra tecnologia para a construção daquelas armas nucleares todas? Não foi certamente o Deus de Israel.

    • Muito bem.

      Ontem vi a notícia, e o vídeo, de um bulldozer naZionista a passar por cima de tendas de refugiados à porta de um hospital, enterrando algumas pessoas vivas e causando ainda mais ferimentos nos feridos que o hospital tinha à porta.

      Estou certo que isto foi notícia de abertura na “imprensa livre” da “democracia” Liberal…
      Claro que não. Ontem falaram pela N-ésima vez do 7-Outubro e omitiram a realidade actual.

      Portanto o dicionário dos cidadãos decentes para traduzir o paleio ocidental é assim:

      Jornalistas = Presstitutas, mentirosos compulsivos avençados do regime

      Imprensa livre = MainStreamMerdia, propaganda, FakeNews

      Democracia Liberal = Império genocida ocidental, regime autoritário não-representativo, operações como a Gladio

      Liberdade = Censura, presos políticos, espionagem em massa da NSA, softwares como o Pégasus

      Comunidade internacional = hipócritas, violadores de direitos humanos, apoiantes/vassalos de Nazis (ukraNazis, naZionistas, e USAmerikkkanos)

      Direito Internacional = é aquilo que a Casa Branca decidir a cada momento, regras e ameaças para os outros, impunidade para si e para os seus vassalos preferidos

      Tribunal Penal Internacional (International Criminal Court) = Circo, “juízes” que decidem com base na política da Casa Branca, apesar dos EUA não serem seus signatários

      Terrorismo = todos os povos que resistam ao imperialismo genocida ocidental

      Aliados = todos os que colaborem com os planos do império, inclusive terroristas como as IDF naZionistas (em especial as unidades especiais da Mossad que cometem atentados e assassinatos no estrangeiro), as FAU ukraNazis (em especial os Azov, Dnipro, Kraken, etc), a Al-Qaeda e ISIS na Síria e Iraque, os Contra, golpistas militares fascistas (desde os de Pinochet em 1973, aos da Bolívia em 2019), e os ditadores assassinos que garantam o lucro das multinacionais USAmericanas (desde Fulgêncio Batista em Cuba, à Maia Sandu na Moldávia).

      Se Portugal quiser um dia voltar a ser uma democracia, voltar a ser soberano, voltar ao grupo dos países decentes, será necessário garantir a distribuição massiva da Constituição de 1976 (e promoção dos valores e direitos lá inscritos, com apêndices que expliquem os ataques de que foi alvo desde 1977 em diante) e deste dicionário (com muitas outras entradas, como a novilíngua NeoLiberal para chamar coisas bonitas ao fascismo económico, ex: o trabalhador sem direitos que agora é “colaborador”). E é preciso que pessoas decentes criem uma alternativa informativa para emitir isto pela TVpara chegar a quem ainda não se sabe informar ou não percebeu ainda o nível de manipulação a qué está sujeito na MainStreamMedia.

      PS: a este propósito já várias vezes propus a pessoas do PCP que façam neste século na TV o mesmo que fizeram no século passado na imprensa escrita: um Avante. Se nem um partido assim tão organizado (e com meios!) percebe isto, temo que mais ninguém perceba. Os do PCP parecem assim parecer gostar de ser vítimas da máquina de propaganda e ir de 7% para 5%, de 5% para 3%, e depois desaparecer, com os eleitores a acreditarem que eles são “irresponsáveis que deram cabo da geringonça” ou “putinistas apoiantes da agressão” ou “extremistas inimigos dos negócios”. Recusarem hoje criar uma Avante TV, seria como há 100 anos recusarem imprimir e distribuir o Avante: uma estupidez, um tiro nos pés, um ajuda dada ao regime que os quer destruir.
      Propus também uma EsquerdaTV, onde todos os partidos da Esquerda portuguesa fizessem na TV para si, o que os outros canais e presstitutes fazem em favorecimento da Direita, mas nada. Uma TV que poderia fazer parcerias com a TeleSUR, a Al-Jazeera, a CGTN, e colocando na TV coisas que agora só estão nas redes sociais e que o “algoritmo” nos servidores nos RUA garante que não chegam a ser vistas por gente suficiente para mudar alguma coisa.
      Parece que gostam de ser derrotados logo à partida no campo de batalha informacional. Quando chegam aos debates eleitorais, já chegam derrotados. Como um arguido que vai a tribunal só ouvir a sentença, sem nunca antes se tentar defender, ou deixando que os seus próprios argumentos sejam escolhidos por quem o acusa. Assim, não vão a lado nenhum.

    • Os Talibã também foram instrumento dos EUA na guerra contra a URSS. Os Talibã deram a volta aos seus apoiantes e financiadores iniciais. O Afeganistão agora é dos Talibã, mesmo após 20 anos de “unprovoked and unjustified war of aggression, full scale invasion, war crimes against humanity, indisceiminate shelling against civilians, and brutal violation of the territorial integrity”.
      Não foi preciso o fim dos Talibã como pressuposto para a existência do Estado do Afeganistão. Foi preciso o fim da invasão dos colonos/invasores ilegais vindos do ocidente.

      Com a Palestina ocupada, é parecido. Com um argumento adicional a seu favor: democracia é respeitar a vontade do povo, e os Palestinianos deram a maioria ao Hamas, e cada vez querem saber menos do traidor Abbas da OLP/PLO cujas ações levaram à quase destrição total (pela ocupação ilegal dos naZionistas sem enfrentarem resistência) da Cisjordânia.

      Aliás, aceitar um governo do Hamas é não só democracia, como aceitar que o Hamas lidere um movimento armado para recuperar o que foi roubado às vítimas do Nakba, é a única forma de respeitar o Direito Humano à Auto-Determinação do povo semita da Palestina.
      De quê outra maneira se pode fazer cumprir a resolução da ONU que diz que os refugiados do Nakba têm o DIREITO a voltar à sua terra e às suas casas, se o sítio onde sofreram limpeza étnica está ilegalmente ocupado por colonatos ilegais (e colonos extremistas e violentos) e terroristas das IDF armados até aos dentes?

      Aliás, se a “comunidade internacional” tivesse vergonha na cara, era para os Palestinianos que teriam ido os quase 200 mil milhões em ajuda militar e humanitária, e não para os ukraNazis que usaram isso para agredir os civis do Donbass.

      Ou isto tudo acaba com uma vitória do Hamas e a criação do Estado da Palestina até com mais território do que o actual (ex: com a expulsão dos colonos naZionistas ilegais).
      Ou acaba com a “solução final” levada a cabo pelos naZionistas, com a ocupação de 100% da Palestina e uma limpeza étnica total, que mais tarde ou mais cedo será vingada com a desrruição total de Tel Aviv, Haifa, etc, com armas de destruição massiva lançadas por quem já não tem nada a perder.

      Seja como for, o problema só pode ser resolvido se se tratar da causa: o naZionismo ilegal e violento apoiado pelo império genocidas ocidental liderado pelos anglo-saxões. O Hamas não é causa de problema nenhum. É apenas uma consequência natural.
      Quem se queixa da comichão, só pode ser completamente parvo se está constantemente a esfregar-se em urtigas e a dizer que a causa da comichão é a própria comichão e não as urtigas. É esta a melhor analogia para a estupidez naZionista anti-Hamas que vem neste momento do ocidente.

      • O Afeganistão nunca foi associado a homeland do ocupante; para os judeus a Palestina tem essa conotação.
        Falar em Hamas e democracia, só passa pela cabeça da cambada da ‘democracia avançada de partido único’; no caso agravada por ter os cornos virados para Meca.
        Mas quando os órfãos soviéticos no poder, alumiam velas e dão cabeçadas em ícones, já nada há que possa espantar

  3. Tivessem os americanos desencantado um bando de fanáticos cristaos que achassem que a sua terra prometida estava no Afeganistão e teriam lá agora colónias prolificas e metade da população afegã já tinha sido chacinada para lhes dar lugar enquanto a outra metade estava escravizada.
    O problema dos palestinianos é esse. Conseguiram mesmo desencantar bandos de fanáticos que desprezam a sua religião, seja ela muçulmana ou cristã, que criminosamente acreditam que aquela terra lhes foi dada por Deus. Este criminosamente acreditam paga direitos de autor a um comentário de Freitas do Amaral a que assisti uma vez. Comentário feito quando decorria mais um massacre em Gaza.
    E concordo plenamente com o já desaparecido político, embora houvesse muito a separar nos. Porque é efectivamente crime acreditar que uma qualquer divindade lhes deu a terra de outros. Era como os nossos vizinhos acreditarem que Deus lhes tinha dado a nossa casa e alguém lhes dar o poder de nos expulsar dela e nos deixar na rua no frio do Inverno. Podendo matar nos se resistissmos.
    O que os palestinianos enfrentam não é o que enfrentaram talibas e vietcongs. É o que enfrentaram apaches, Sioux, astecas, guaranis e tantos outros povos da América. Extermínio e substituição.
    E os trastes que somos estao se nas tintas para se os israelitas fazem aos palestinianos o mesmo que nos fizemos a essa gente toda. Se a conta do que fizemos alguma vez chegar vai ser pesada.
    Aliás, o patife do Netaniahu disse que lhes iria fazer o mesmo que os, seus antepassados tinham feito aos amalequitas. Para quem não sabe a história bíblica dos amalequitas é uma das que dá pesadelos a quem tem de a ler. Segundo ela, toda a gente foi chacinada, até o gado e diz se que o primeiro rei de Israel perdeu o favor de Deus por ter poupado para si algum do melhor gado e não ter executado logo o rei.
    Ora é o exemplo desses supostos antepassados sanguinários que, quatro mil anos depois os dirigentes israelitas dizem a boca cheia que querem seguir e vão seguir. Dizendo coisas que nem os SS se atreveram a dizer em público. Esses, tentaram esconder o mais possível os seus crimes. Israel orgulha se dos seus crimes passados e presentes. Porque é que continuamos a apoiar uma gente destas explicasse pela nossa ganância e falta de respeito pela vida dos outros.

  4. Claro que para os judeus a Palestina tem essa conotação. Como teve há quatro mil anos quando segundo a Bíblia também mataram quem lá vivia porque Deus lhes tinha dado aquela terra. Ainda por cima acusaram uma divindade de homicídio porque disseram que o genocídio era a mando do Senhor dos Exercitos.
    O que eu disse foi que se os americanos tivessem desencantado um bando de fanáticos homicidas que achasse o mesmo em relação ao Afeganistão a ocupação ainda continuaria e seria bem mais fácil. Era só armar esses fanáticos até aos dentes e em poucos anos a população autóctone ia toda rasa.
    O maior exemplo de democracia avançada é sem dúvida a Israelita onde só quem e judeu de raça e religião é gente. Onde há apartheid e genocídio. Grande democracia essa.
    E como sabemos que eles são muito bons a matar e matam qualquer um, as prostitutas ocidentais que se auto intitulam jornalistas teem cuidado com a língua.
    Uma vez um jornalista recontava uns entrevista com um responsável Israelita que arrogantemente respondera “não estamos a brincar com as palavras. Quando falo em terrorismo falo em sangue”.
    É claro que o jornalista não teve tomates para perguntar o óbvio “sangue de quem?”. Porque se morrem dois ou três colonos num ataque e terrorismo. Se o sangue palestiniano corre as ondas e o direito do povo eleito a defender se. E mesmo as pessoas com vergonha na cara usam a sigla FDI Forças de Defesa de Israel para designar o exército mais fanático e cruel que o mundo moderno já conheceu. Porque é isso que a excepção de meia dúzia de pobres diabos ortodoxos a gente de Israel é. Um bando de fanáticos, cruéis e genocidas a viver há quatro mil anos. E também aqui não vale a pena personalizar muito. Netanyahu é um cão que prega o genocídio desde os anos 80 mas outro que lá estivesse fazia o mesmo talves sem bolcar tanta barbaridade da latrina que tem no lugar da boca. Porque há quatro mil anos que o genocídio está na massa do sangue daquela gente. E vão chamar antissemita ao Diabo que os carregue.

  5. “Incendiário”? Prefiro “um sacana corrupto até à medula, sem um pingo de vergonha na tromba, a quem o desespero transformou em maluco dos cornos”, pardon my French!

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